domingo, julho 23, 2006

.Num.Baile.na.Casa.das.Tribos.

Direta da Tancredo Neves. Esse é o endereço da Casa das Tribos.
- Você chega na frente do colégio estadual, estaciona o carro sobre a calçada e desce uns 10 metros de uma ladeira de 75 graus! Não terá erro, é o único lugar da região que tá rolando som! – ótimo, chegamos!

Quase não consigo descer a ladeira com equelíbrio. Mas o aniversariante (gentil) encaixou seus braços nos nossos e pronto. Estávamos (eu e Paloma - dança muito - não nego!) seguras.
Numa casa simples, de três andares e escadas inseguras, todos se escondiam na sacada. (O governo só chegava até os 25 graus daquele lugar!) Muita cerveja, muito baralho e um caldeirão de feijoada com farinha! Crianças correndo para um lado e para o outro, amigos, negros, brancos com estariótipos “baixa da tancredo neves”.

- Sinta-se a vontade minha filha, a única coisa que temos grande nesse lugar é o coração! – Uma senhora já cansada, suplicou olhando pra mim que acabara de chegar e tentava me espremer pra pegar um copo com água no meio de tanta gente. – Estão todos na varanda!

Todos encolhidos em uma varanda comprida, com uns 3m de largura (1,5m depois que colocaram o sofá da vizinha para os visitantes – penetras como eu – se sentirem a vontade)

Hora dos parabéns. O gentil, (do primeiro parágrafo) declara seu amor a todos os presentes e finaliza:
- ... e como eu não estou fazendo quinze anos, eu não dancarei uma valsa. Em meus 20, dancarei uma salsa... (começa o espetáculo!)

Tiram-se os sofás... e ele e sua dama entram arrasando (meu Deus, onde eu estava que nunca tinha visto isso antes?!) Eles embalaram-se um no corpo do outro, envolveram todo o amor e tesão que guardaram da noite anterior e dançaram uma salsa como se não estivéssemos ali para aplaudí-los. A varanda ficou enorme! Eu estava abobalhada...

Fim de espetáculo, hora de agradar as tribos: - Solta o arrocha!! ( Nada como um arrocha após uma salsa encantadora, eca!). Negras e viúvas desciam até o chão com um rebolado embaralhado e um sorriso de orelha a orelha! Cerveja na mão, bigode de espuma e o ritmo “desaprumado” escorregando pela caixa de som extremamente grosseira!!

- E como eu sou um cara de tribo, vou agradar todos os meus amigos, tira o arrocha! – Eu sabia que o único favor que ele ia fazer pra mim não era me ajudar a descer a ladeira! Me emocionei!

Sepultura junto a Metállica (existe algo mais “pesado” que isso? Se tiver ótimo, eu substituo o exemplo) passou a tocar despassadamente, e lá no fundão da varanda, umas pessoas de preto passaram a ter apenas dois dedos, e em seus pescoços, molas! Eu não entendia o porque daqueles caras engrossarem a voz para cantar e se imaginarem sobre um palco tocando guitarra. Enfim, as negras de bigodes espumantes já não dançavam mais, naquele momento apenas sorriam!

-Tira o Rock (urf!) solta o pagodão!! ( Quase peço para ir embora! Onde estava a salsa?!) As crianças enlouqueceram! Eufóricas e coreógrafas não sabiam elas (coitadas) onde estavam pegando e até onde estavam descendo para ritmar-se a música! O mais velho tinha 11 anos (esse, arrasava imitanto Michael Joe Jackson!)

- Agora, vamos “zoukar”! (O quê?! Será que estão querendo me iludir?! Nesse lugar dança-se zouk???)

Apareceram uns quatro caras, (rebolando de um lado para o outro parecendo fim de filme de dança europeu) cada um com uma dama (eu estava entre elas) e pronto... o zouk dominou. Não acreditava, onde eles tinham aprendido aquilo tudo! Uma aula de cintura e pernas! Cabeças, cabelos, tudo se mexia igualzinho ao filme do post abaixo... (menos eu, lógico, tentando entender onde se começavam e terminavam as trocas de passos e os braços embaralhados...) Dançamos uma hora de zouk (apenas), até chegar o samba... nessa, eu sentei e babei.

Avós, tios, tias, primos... todos dançavam samba! Toooooodos!! Samba de gafieira, soltinho, saltos, giros, base, romário, ladinho.. tudo eles faziam.. como podia?!?! Eu não desgrudava os olhos.

Fez-se 2h da manhã no samba, no zouk, na salsa... uma bela aula de dança de salão numa varanda curta na periferia de Salvador. Pena que essa galera não paga 12 de couver no Banbara pra mostrar o que sabe.

Vim embora debaixo de chuva, cansada, sem comer o feijão da senhora de coração grande e apaixonada ainda mais pela dança. Descobri que o aniversariante (o gentil), é professor de dança em uma academia e ensinara o prazer da dança a toda família!! (Tentará dança na UFBA, no fim do ano. No momento ele estuda balé, única coisa que tem base falha)

Fui convidada pra um baile na quinta em sua academia, essa fica na Pituba, 100% plano.


¨ ¨ ¨ ¨
Três livro na cabeceira:

1. Marketing Online. Estou achando ele meio cansativo, não era bem o que eu esperava. Muito técnico.

2. e.life, Idéias Vencedoras para Marketing e Promoção na Web. Mais didático que esse, só por newsletter como em 2001.

3. A Casa dos Budas Ditosos. Todos elogiam esse livro, mas acho que Ubaldo poderia ter dado mais um toque particular em alguns trechos.

domingo, julho 16, 2006

Já que não canto, danço!

E eu que pensava que dançava bem. Não passava de passinhos na frente do espelho e "Besarme Mucho" sobre os sapatos de meu pai. Lembro-me bem da cintura dele. Ficavam na altura dos meus olhos! Com uma prima bailarina e a outra fã do Jazz, eu não poderia negar minhas vontades! Dançar! Dançar! Dançar!

Flamme me encantou!
Zouk-se!



Tenho abandonado um pouco o mariajoaoo...mas depois da derrota do Brasil, por instantes pensei que o mundo iria acabar ali. Engraçado, só depois me dei conta que a vida continua.
Não vou mais brincar com meus sentimentos. Nada de ser patriota!! O que a pátria fez por mim?!Gastei grana com blusinha do brasil, com bandeirinhas, com reservas em barzinhos e nem mesmo um joguinho merreca ela foi capaz de ganhar...enfim!
Vamos todos ser italianos!! Lá eles não usam
maionese em suas pizzas!!!