sexta-feira, maio 19, 2006

- mas que diacho é Epokilo?!


-Mel, Clovis pediu pra assistir "Quanto vale um Epokilo?"!
- Assistir o quê??
- "Quan-to-va-le-um-E-po-ki-lo?". - repetiu com convicção!
-Mais que diacho é Epokilo??


Minutos depois:
-Locadora Filme e Pipoca, Cláudio, boa noite!
-Por favor, vocês tem "Quanto vale um Epokilo?"
- Sim senhora, Quanto vale ou é por quilo? está disponível.

Great, rolou um telefone sem fio!! Só que começando por trás(lá ele!)!!


Peguei esse filme de Sérgio Bianchi a pedido de um professor de Política, mas fiquei encantada com o roteiro antes mesmo de assití-lo.
Em um dos meus projetos para o carnaval, trabalhei com artistas que viviam da captação de recursos (um dia posto sobre eles!), e por coincidência a maioria deles eram negros.

A prefeitura local pouco se importou com isso, vivenciei situações as quais não veria e nem participaria se estivesse pago mais de dois mil reais pra pular em um bloco com um monte de beijoqueiros (não que isso seja ruim, mas tenho outras prioridades). Bianche descreveu a realidade do desrespeito com ongs e associassões sem fins lucrativos ( e por incrível que pareça, são mesmo sem fins lucrativos), expôs autoridades dignas de cara-de-pau.

No roteiro, esse desrespeito rege com pessoas e comunidades de baixa renda, mas segue paradigmas e regras imbecis que vivi no carnaval desse ano, aqui em Salvador.

No filme, as Ongs são associações vinculadas ou não ao governo, onde a economia está organizada a fim de transferir gradativamente as ações de políticas públicas por parte do estado, abrindo espaço para ações pontuais privadas que não possuem como objetivo principal uma causa social e sim a isenção fiscal para as grandes empresas e o lucro financeiro através da imagem mercadológica de "empresa social", agregando valores de interesses comuns, como os vínculos com políticas sociais e públicas, as redes solidárias e as intervenções sociais.

Dessa maneira, o Marketing social se define como marketing comercial. Investimentos "solidários" se dão a fim de trazer lucros eminentes à empresas e órgãos privados. A política praticada não possui a miséria como causa e sim como caminho para uma maior rentabilidade unilateral social e financeira.

No dia seguinte, em frente à TV.
-Hun!! - detalhe, meu amigo só atende meus telefonemas assim!
-Estou assistindo um filme muito legal. - falei.
-É? Qual? - dessa vez sem "huns"!!
- Um que você deve assistir junto a todos os sócios da sua empresa "filantrópica"!


Post para Dionorina (um artista de sangue azul), Lucena (um produtor de sangue azul) e lógico, para o tal do Epokilo (será nova medida da apple?!!!)

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